Doria anunciou o espetáculo e saiu na frente hoje cedo, vestido de gari e obrigando seu secretariado a pagar o mico de fazer o mesmo. Chegaram lá e a rua já estava varrida, o que, junto com as críticas óbvias e claras de quem sugere a Dória pendurar uma melancia no pescoço, provocou um certo anticlímax.
Crivella não quis ficar atrás e arrumou se última hora um programa impactante: amanheceu num hemocentro doando sangue, com convocação geral da imprensa. É o caso de se perguntar quantas vezes o prefeito já fez isso na vida e prestar atenção se esse gesto será feito rotineiramente. Só assim, vai mostrar que não é mais uma jogada de marketing.
Quase todos os prefeitos que assumiram ontem estão usando o marketing da austeridade, que é anunciar cortes draconianos se despesas e funcionários – o que, de modo geral, pode ser bom se as tesouradas não atingirem quem não devem, os mais vulneráveis.
O dia teve até marketing involuntário, o de Rafael Greca, coitado, internado com embolia pulmonar. Ele havia sido liberado pelos médicos apenas para tomar posse – e, claro, aproveitou a ocasião para falar de seu enorme coração cheio de amor por Curitiba. Que melhore logo para assumir seu posto e divertir todo mundo, com seu conhecido temperamento gozador.
O que os primeiros atos dos prefeitos marqueteiros que chegam ao poder devem ensejar é reflexão e senso crítico. Na campanha e antes da posse, essa é uma ótima estratégia. A partir de agora, porém, fica difícil se sustentar com isso. O povo quer ações concretas, obras, serviços. Está cansado de espertezas.
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